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O que ensina a exposição Hip Hop 80's - São Paulo na Onda do Break

  • Foto do escritor: CoolTure Trip
    CoolTure Trip
  • 29 de jul.
  • 3 min de leitura

Se você está sintonizado na cena Hip Hop brasileira, viu o "boom" da programação de abertura da exposição em São Paulo no Sesc 24 de maio.

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Logo de cara, é uma exposição que encanta. O capricho e o carinho com cada item, fica nítido e ganha os fãs e os "membros" da comunidade Hip Hoper.

A exposição conta a história de São Paulo na década e 80, e consequentemente, a chegada do Hip Hop no Brasil. Seus nomes, suas cores, suas crews, e também suas influências e pioneirismo mundial, também estão presentes na exposição.


Eu, que embora tenha conhecido muito do Brasil para além do eixo SP/RJ, e que não deixo de ter a visão e o coração interiorano, me senti também contemplada pela expo: o Hip Hop que escorreu para todo canto do Brasil, primeiro fez raiz aqui.


E vários são os fatores para que São Paulo tenha sido considerado berço, "marco zero", primeira de muitas coisas - a geografia, a economia e a garoa que cai sobre a selva de pedra do país, trazem tudo antes pra cá.


Mas o que eu gostaria de compartilhar - e claro que eu iria puxar a sardinha pro meu lado - fala sobre o que aqui eu sempre trago... a documentação.

Com mais de 3 mil peças, muito bem catalogadas e com os devidos créditos à quem pertence o item, sua história e seu lugar na exposição, "Hip Hop 80's - São Paulo na Onda do Break" dá aula sobre como organizar, exibir, montar, iluminar e emocionar.


Não é difícil ouvir quem diga que é a maior exposição de Hip Hop do mundo.

"Nunca tinha visto nada parecido ao redor do mundo, mesmo os museus e casas de arte por todos os cantos, nada se compara." - Michael Holman

Em especial, me encanta o quanto a exposição e seus curadores colocam os registros da cena em foco, a começar pelos convidados que foram nada menos que Martha Cooper, Henry Chalfant e Michael Holman, dinossauros e responsáveis pelo Hip Hop ter cruzado o oceano e essa "onda" bater aqui.

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Martha e Henry assinam o primeiro livro de graffiti da história, além de diversos outros trabalhos na carreira, todos voltados ao Hip Hop. Michael Holman, segundo diretor do Beat Street, o filme que fez o Hip Hop emergir em todo o Brasil em 1984, dentre tantos outros feitos, que vou trazer aqui em breve, exaltam os créditos de quem dedicou a vida contando a história, fazendo parte dela.

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Mulheres emocionadas, se vendo na história - as fotografias falam... de verdade.

O que vi foi uma celebração.


No decorrer da semana, o bate papo com os convidados, tudo era sobre a documentação: os livros, os filmes, os bastidores. Com emoção eles falavam dos feitos, com muita emoção nós ouvíamos.


Tudo isso me fez lembrar que também vivemos a história hoje, e ver tantas pessoas engajadas, interessadas, exaltando Martha, Henry, Michael.... me dá esperança de que tratemos essa cultura e sua história com mais carinho, o que vivemos hoje também será passado, o que fizemos hoje também será história, e o que temos escrito nesse roteiro?


Meu máximo respeito a quem se dedica a contar a história dos seus iguais, da sua cidade, do seu país.


Não haverá outra São Bento da década de 80, mas o Hip Hop precisa pulsar dessa forma hoje, em diversos lugares do país pra que daqui 40 anos afinal, tenhamos honrado o legado desses, garantido o futuro da cultura e despertado no coração de quem foi salvo pelo Hip Hop o sentimento de que não é em vão, vale a pena viver isso aqui.


Vale a pena registrar essa história enquanto vive. Vale a pena ser parte. Vale a pena.

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Michael falou algo no bate papo que me marcou muito:

Eu achei que eles estariam me ajudando, me deixando fotografá-los, agenciá-los... mas na verdade eu mais servi do que qualquer coisa, e eu dei tudo de mim.

Acho que fotografar as pessoas fazendo o que amam, mostrar para elas como você as vê, é tão íntimo e também é para o outro - mesmo que seja muito sobre a gente.


Eu sigo com minha pequena câmera por aí, sentindo que para alguém meu trabalho irá servir, irá ajudar, irá levar algo aonde eu nem estarei... Irá contribuir para uma cena inteira, ou só para galera daquela cidade, só para uma pessoa... não importa.


Faço na intenção de contribuir, de deixar para além de mim... e aprendi com os caras que vi emocionados essa semana, lendas, produtores, fotógrafos, documentaristas, hip hopers.

Essa exposição foi uma dose de "a gente tá aqui, e nosso trabalho é importante, e isso só vai continuar se você também fizer".


E, bem... eu sigo. E tem gente comigo que segue também :)

Os trechos do bate papo vou ir soltando aos poucos nas redes sociais e youtube, acompanhem!


Com carinho, Bruna Ferreira - Coolture Trip.





 
 
 

2 comentários


saymonmarchiore36
30 de jul.

Que trabalho de qualidade!

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Higor Bagatin
Higor Bagatin
29 de jul.

Obrigada por inspirar e alimentar esse amor pelo Hip Hop!🙌

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©2018 by OneRoc94
COOLTURE TRIP

 

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