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Pedro Ramon Festa

B.boy Pedrinho

Pedro Ramon Festa mas todo mundo me conhece como Pedrinho. Tenho 30 anos, nasci em Bento Gonçalves, atualmente trabalho registrado como promotor de vendas, mas passo boa parte do meu tempo ajudando nos corres da Nest que é uma marca/coletivo que eu faço parte que existe com intuito de fortalecer a cultura urbana, além disso volta e meia pego uns “trampos” em eventos workshops ou faço street shows pra erguer uma grana.

Moro no bairro São Roque, com minha namorada, apesar de ter morado com meus pais por muitos anos em várias fazes da minha vida. Atualmente tenho uma relação saudável com eles, porém no passado, tive problemas de convivência com minha família, além de alguns problemas mais sérios.


Minha família de certa maneira está muito mais feliz com o nascimento do meu sobrinho João Pedro hoje com 3 anos, acredito que o ser humano passa por um amadurecimento constante e hoje sei lidar com algumas situações familiares muito melhor apesar de termos uma diferença ideológica sobre sociedade, cultura e visão política muito grande devido ao fato de eu ter acesso a várias camadas sociais e círculos de amizade, diferente deles.

 

Vale lembrar que pelo fato dos meus coroas terem um capital, é meio estranho ainda pra eles a vida que eu escolhi dentro da cultura Hip Hop, já tive mais problemas principalmente quando estava começando a dançar, mas conforme pude mostrar pra eles como era algo importante pra mim e conforme pude ter um crescimento e reconhecimento dentro do que resolvi seguir os meus pais passaram a respeitar bem mais.

Moro em Bento Gonçalves, num “apê” humilde, mas da hora, e em um bairro tranquilo, gosto sim de morar onde eu moro.

 

Acredito que o trabalho é algo importante para o crescimento pessoal e profissional do ser humano, ou seja, ajuda evoluir nesses aspectos. Não acredito que o trabalho atualmente seja simplesmente estar num lugar fechado em um horário programado, acho que trabalhar/produzir é algo que pode ser feito de diversas formas desmistificando padrões de outros séculos. Em outras palavras: não é porque não fico no chão duma fabrica que eu seja vagabundo e minha vida é mole.

 

Estudo é tudo. Acho que o saber é algo que abre portas. Mas não acredito que estudo é exclusivamente estar dentro duma sala de aula escutando o que o professor cansado tem para te dizer, acho que qualquer informação que você possa absorver é estudo, e acho que mais importante que absorver informações é desenvolver um senso crítico das coisas.

 

Minha rotina de treino é não ter uma rotina, eu sou bboy e tento não separar o que é breaking do que é vida, tudo que eu faço eu tento enxergar de uma maneira que possa me ajudar no breaking. Gosto de fazer vários tipos de treinos, mudar de piso, treinar as vezes sozinho para ter a privacidade de “brisar” meus passos, de me alongar, fazer alguns físicos leves e também de treinar com os brothers para pegar uma energia.

 

Geralmente esse não é bem um treino é dança mesmo, penso que quando estamos com os amigos e escuto música que eles tocam estou treinando, quando leio algo (nem sempre relacionado só a cultura hip hop) estou treinando, enfim, tento desenvolver meu estilo de ma forma que mostre bem quem eu sou, então quando estou sendo eu mesmo, estou treinando minha dança.

 

Conheci o breaking várias vezes na minha vida, a primeira foi antes dos anos 2000 quando alguns vizinhos incluindo meu primo Boca, faziam alguns passos de dança que se chamava “break dance“ e eu, na minha mentalidade de quem tinha 11 ou 12 anos resolvi aprender para impressionar as meninas da escola.

 

Conheci depois o breaking quando fui a primeira vez na Praça Planalto (praça da minha cidade) onde vi uma roda de dança e mesmo de pés descalços quis dançar com o pessoal, essa praça foi meu habitat por muitos anos.

 

Conheci o breaking muitas vezes nas diversas viagens que fiz, mas pude conhecer ou começar de verdade conhecer o breaking numa noite voltando da faculdade onde encontrei um amigo de infância que nem era tão amigo assim e que tinha parado de treinar, eu convidei ele pra treinar até meio incrédulo que fosse, em menos de 1 mês o William, hoje da minha crew, já era meu melhor amigo e eu pude aprender muito com ele e com a visão dele encarar as coisas, graças a mim ele voltou a dançar e graças a ele eu entendi o que era dançar.

Eu danço a mais da metade da minha vida, quando comecei mal existia internet por exemplo, o acesso a informação era ridículo, a noção do que era curtir muito menos, mas era uma época de aprendizado, tudo era novo então tinha uma sensação que dava muita adrenalina na minha cabeça, era como se fosse algo muito maior que era.

Eu imaginava como seria ir para capital do meu estado dançar... hoje eu já estive em vários países, comparar os anos 99 ou 2000 quando eu não dançava, com 2018 é algo engraçado, a sociedade mudou muito, está muito mais aberta por um lado, mas hoje as visões são muito mais extremistas para qualquer que seja o ponto de vista, eu nem lembro muito como era a sociedade naquela época porque eu só tinha 11 anos.

Crew pode ser muitas coisas pra diferentes pessoas, assim como nesses quase 20 anos foi um conceito que se transformou muitas vezes para mim, mas acredito que sempre deva ser uma família. Minha visão ideal do que é uma crew é de ser algo maior que os integrantes que fazem parte dela, uma parada que faz você ter tesão de vestir um uniforme e saber que as pessoas saberão quem você é, só pela camisa que você veste.

 

Para geral: sejam vocês mesmos sempre, nunca esqueça quem você é, mas tenha capacidade e empatia de enxergar e sentir pelos olhos e pele do próximo. Você é único, mas não está sozinho no mundo.

©2018 by OneRoc94
COOLTURE TRIP

 

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